O som do piano parece distante, mas ao mesmo tempo tão próximo. A harmonia, ritmo e sinfonia de Ludwig me assombram. A cada nota, sinto meu coração vibrar, aos poucos tomando a forma de uma sinfonia há tempos esquecida... Sim, a bela música faz-me perder-me em mim mesmo. Imóvel, contemplando as cenas de um passado esquecido, de um presente não vivido e de um futuro nebuloso, mas lindo. Ah, a música e seu som limpo e forte, doce, faz-me sentir ainda mais entorpecido em mim...
Toca a alma, profunda e delicadamente. Um toque quente, de conforto, de uma estranha paz, mas de uma escuridão estranha. De uma imprecisão terrível. Arrepio-me a elevação do ritmo. Arrepio-me ao perceber o que a música está a fazer... Esses toques tristes, profundos, essas levadas espontânea, de uma alegria súbita; Vejo seus olhos e sorrisos em meus devaneios... "Quem és, bela de meus sonhos?", pergunto num delírio. O silêncio e seu sorriso foram respostas, mais que suficientes.
O compasso diminui. O final se aproxima. E as notas tornam-se cada vez mais expressivas, mais profundas, mais delicadas. E causam de novo a estranheza da dor e o prazer... E Beethoven chora.
Tenho medo de esquecer seu rosto
Há uma semana
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