Sinto, sinto tanto. Sinto que o Amor se foi. Fez suas bagagens e partiu, como se nada devesse, nada quisesse e nada deixava para trás. Partiu, partiu... E sinto sua falta. O vazio aumenta, os sentidos se ampliam, na vaga esperança de captar algo diferente nesta triste e pobre realidade. O vazio, sim, o vazio. Não simples vazio, não só algum poço sem fundo, mas um vazio de úlcera, que corrói, e aumenta, aumenta... Até que a dor se torne tão insuportável que já os anestésicos “emocionais” não resolvem: o abraço do melhor amigo, o beijo na testa da mãe, o “obrigado” dito pelo desconhecido no metrô, o sorriso de uma criança pra você, o aceno de um soldado em guarda, o “bom dia” do seu Zé da padaria, o beijo da menina que se curte, o elogio da professora...
E o Amor se foi, sem olhar pra trás. Sinto falta do Amor, de amar. Saber que se é amado, que se é especial para alguém, saber que há alguém pensando em você. Sim, também sinto falta de sentir tudo isso por outro. Costume? Comodidade? Talvez... Mas era bom, me fazia bem, lhe fazia bem, e o Amor tinha uma casa confortável no lugar mais bonito do meu escuro coração.
Buscar o Amor, mas como, se não sei pra onde foi? Ele chegou em casa deprimido, jogou tudo em sua bagagem e se foi, sem nem olhar para trás. Mas o Amor se foi, se foi de bagagem e passagem na mão.
Passagem só de ida.
Tenho medo de esquecer seu rosto
Há uma semana
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