domingo, 18 de outubro de 2009

Angústia!

Sim, Angústia! Eis que se revela então! Angústia... Sim, a doce e amarga Angústia. Traduzir sua dor foi tão difícil, quase um parto emocional... Mas enfim entendo e vejo: Angústia.

Todos os dias, aquele medo, aquela solidão, aquela aflição do "não-sei-o-que"... Agora entendo e vejo que eram as máscaras da Angústia. Sorrateira, já invadiste meu coração antes, mas lhe expulsei e prometeu nunca mais voltar. Mas voltou. Em algum momento, abrigou-se de novo ali. Vestida de cinza, que lhe caí muito bem, ela embora tão imponente e poderosa, mostra-se tão dependente de mim.

Não, não, querida Angústia. Devo pedir para que se vá, voltar para o lugar escuro e frio de onde veio. Não é aqui o seu lugar, e já não posso mais lhe abrigar em mim. Porque me dói, todos os dias, em todos os momentos, então te peço, minha doce Angústia: vá. Pois, embora me seja cruel, eu te gosto, mas não posso, não quero. Alimente-se de outro espírito fraco, vá! Vá e não volte, pois o meu espírito já arruinaste.

E das cinzas em que deixaste meu coração, tento fazer-lhe novo. E que das cinzas, como a Fênix, possa surgir algo bom, tão bom, pra mim. Pois não posso, não quero mais a Angústia. Meu coração já não é seu, e não será de novo. E se voltar, lhe expulsarei novamente. Pois os estragos que fizeste são quase todos remediáveis, e os que não são, dá-se um jeito. Mas não lhe quero mais. Quero viver, quero coisas boas, quero a cor das coisas, a cor do mundo. Quero ser feliz outra vez, e vou ser.

Pois meu coração não será seu, Angústia. Não será.

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