Eu faço Estágio Supervisionado I numa escolinha particular aqui perto de casa. Como estagiário I, minha tarefa é unicamente observação da dinâmica da sala de aula, e ajudar o professor supervisor quando solicitado. Embora estagiário, sou tratado pela direção e pelos alunos como professor, e gosto disso. Com o tempo fui me aproximando mais dos alunos e do supervisor, ao ponto dele me encarregar de tirar dúvidas dos alunos, e outras tarefas, que a princípio podem parecer bobas, mas que fazem a minha auto-estima grande diferença.
Tenho alunos da 6º ao 9º ano. Particularmente acho mais legal o trabalho com a turma do 9º, por ser uma galera mais velha, e de cabeça em formação. Mas em contradição, adorava as crianças do 6º ano. Mas amo a todos, de coração.
Eis que nesta quinta-feira, dia de estágio, quando vou pra escola, descubro que uma das alunas do 6º ano, Verônica, morreu nesta sexta-feira de aneurisma. Tinha 10 ou 11 anos. Era uma garotinha tímida, mas falava bastante com as amigas. Não tive muita oportunidade de me aproximar dela, mas nos tratávamos com respeito mútuo.
Hoje estou com uma dor estranha. Nem tinha tanta intimidade com ela, mas não sei explicar, só sei que esta dor existe e tá aqui, no peito. Essa dor de saber que na próxima quinta-feira, quando entrar naquela turma de 6º ano, estará faltando uma aluna. Não sei... Ah, essa dor estranha.
Onde estiver, Verônica, e se está em algum lugar, descanse em paz.
Tenho medo de esquecer seu rosto
Há uma semana
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